Comunidade nos brejos de Pilão Arcado recebe visita do Slow Food Brasil

Distante 120 km da sede do município de Pilão Arcado, na Bahia, está localizada a comunidade Brejo Dois Irmãos. O local se destaca no ambiente do Semiárido, com nascentes de água e cabeceiras de rios, paisagens exuberantes numa zona de transição entre os biomas Cerrado e Caatinga.
Nesse local, facilitadores do projeto Slow Food na Defesa da Sociobiodiversidade e da Cultura Alimentar Baiana, Nathan Dourado e Revecca Tapie, realizaram sua primeira visita de campo, a convite do Pró-Semiárido, iniciativa executada pela CAR/SDR/Governo da Bahia, em parceria com o FIDA. A proposta foi conhecer o potencial produtivo do buriti, que vem sendo trabalhado e comercializado pela comunidade.

A atividade, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de dezembro de 2019, contou com a presença dos técnicos do Pró-Semiárido, Egnaldo Xavier e Nelson Santana , de Fernando Andrade, técnico da organização SASOP (Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais), que desenvolve assessoria às comunidades locais em parceria com o Pró-Semiárido, além do grupo de mulheres da comunidade e representantes da Associação Comunitária Beneficente Brejo Dois Irmãos .
Atualmente, todo o processo de produção e beneficiamento do buriti é feito de forma artesanal, tradicionalmente, por meio do mutirão de um grupo de mulheres, para obtenção da polpa desidratada (conhecida como lapa) e do óleo. Os produtos são comercializados nas feiras de Campo Alegre de Lourdes e Pilão Arcado. Por meio do Pró-Semiárido, está sendo construída na comunidade uma unidade de beneficiamento para diversificar a produção com a polpa do buriti. A ideia é que a comunidade passe a produzir farinha, doces de buriti com rapadura, com coco e frutas, açúcar mascavo, rapadura e afins.
Além do buriti, a comunidade tem no plantio da cana de açúcar uma atividade importante. Do beneficiamento da cana são feitas, essencialmente, a rapadura e a cachaça, conhecida na região como brejeira. Tudo feito de maneira artesanal com equipamentos e utensílios simples.
De acordo com Nathan, a visita de campo foi além de um primeiro contato do Slow Food com a comunidade. “A reunião possibilitou levantar informações sobre o contexto local, apresentar o movimento Slow Food e a proposta do projeto para a comunidade e para as organizações locais e verificar as possibilidades de desdobramentos das atividades com os grupos”, explica. Para Revecca, o mais importante nesse primeiro momento foi iniciar a construção dos diálogos com a comunidade e organizações parceiras que já atuam na região. “Agora é avaliarmos juntos as possibilidades de seguir com o projeto na comunidade, resgatando os hábitos alimentares e fortalecendo o trabalho que já é realizado no local”, conclui a facilitadora do Slow Food.
O projeto Slow Food na Defesa da Sociobiodiversidade e Cultura Alimentar Baiana é uma iniciativa da Associação Slow Food do Brasil em parceria com o Pró-Semiárido, que é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional ligada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (CAR/SDR), com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Fonte: Slow Food Brasil.

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